Propriedade Privada x Youtubers Mamatinha
As coisas sempre mudam, e dentre essas coisas, a que mais precisa mudar e se adaptar é o mercado, justamente para se adequar aos desejos da pessoas e novas realidades. O mercado dos Jogos não está fora do mundo, logo ele precisa também se mudar, e isso tem incomodado muita gente que tinha uma vida boa a custo dos outros.
A Nintendo, mais uma vez ela, tomou uma medida impopular, após no passado, reivindicar todo (o que da Nintendo por direito) o dinheiro de monetização de vídeos que protagonizam suas criações no YouTube. Agora, após alguns meses, a Nintendo apresentou o Nintendo Creator’s Program, que é um programa de remuneração para criadores de conteúdo que utilizem material com copyright da empresa.
Segue abaixo um esquema de como funciona o Nintendo Creator’s Program, feito pelo boogie2988.
Vemos a esquerda, como funciona a monetização para quem não faz parte do Programa e a direita quem faz parte do Programa. Claramente é um negócio justo e bom para ambas as partes. Apesar da choradeira geral, muitos youtubers reclamando, o que é até previsível, antes eles faziam dinheiro fácil utilizando a criação de outros, aonde só eles ganhavam. Agora precisam se adequar a ideia de respeito a propriedade privada e pagar os direitos a quem de fato detém o conteúdo. Eu não vou entrar na questão da choradeira em si, a ideia aqui é focar nas mudanças do mercado.
O mercado mudou mais uma vez, e é para melhor. A mudança sempre incomoda quem está confortável ganhando rios de dinheiro como as coisas estão, mas mudar é preciso. Assim como tudo está migrando para a internet, as empresas precisam também retirar da internet seus lucros para continuar desenvolvendo seus projetos. A Nintendo inclusive andou mal das pernas por um período e começa a melhorar justamente por estar mudando suas atitudes frente a dificuldades, aumentando e diversificando seu portfólio de produtos.
Outro ponto polêmico do programa é a parte da “censura”, entre as aspas porque não interfere na exibição ou não de conteúdo, e sim sobre a monetização. Se a Nintendo acha que seu vídeo não serve para a divulgação de seus produtos, o vídeo em questão simplesmente não receberá o dinheiro proveniente das visualizações. A Nintendo não vai censurar, nem deletar nada de ninguém, simplesmente não dividirá o dinheiro do adsense. Eu vejo isso como normal, nenhuma empresa quer gastar milhões na criação e divulgação de um jogo para ver um youtubers (as vezes mal intencionado, como já houve casos, de ameaçar e cobrar propina para que não falasse mal de produtos em vídeos) detonar o mesmo só por conveniência, então é preciso sim cuidar da marca.
O grande ponto de interrogação que está rondando a cabeça dos youtubers que discutem de forma séria o assunto é justamente esse pioneirismo da Nintendo. Ao tomar essa atitude, ela ter começado um caminho sem volta para que todas as outras empresas tomem o mesmo rumo e assumam postura semelhante com relação a criações delas em plataformas monetizáveis. É aguardar para ver.
Esse assunto é fundamental para quem planeja se adaptar as mudanças e se posicionar de forma a tirar vantagens das nossas regras do mundo youtuber.
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