Na Rebelião das Máquinas, surge uma nova esperança: Mega Man X
Internet, globalização, Máquinas que podem agir como seres humanos, algumas vezes, substituindo-os em determinadas funções. Desde o início da Revolução Industrial é discutido o papel da tecnologia na sociedade. Robôs tem sido mais do que instrumentos de trabalho e sim grandes ícones da cultura POP, de Astroboy a Star Wars, podemos ver o quanto estão presentes, e nos Games, temos muitos outros, mas nenhum Pequeno de cor azul com traços de garoto, como é o Mega Man. Mas não é sobre aquele criado pelo Dr. Light que andava com seu inesperável Cão Robô Rush que vou falar, e sim, ao “Reboot” criado anos mais tarde.
Megaman X ou Rockman X como é chamado no Japão, foi produzido pela Capcom em 1993 para o Super Nintendo em estilo plataforma. O jogo é o primeiro da série X e a continuação da série clássica. Mega Man X possui um enredo ainda mais complexo, cheio de guerras e reviravoltas. O poder do SNES também permitiu boas melhorias na parte gráfica e na jogabilidade também.
A série X começa bem a frente dos acontecimentos da série clássica, mais exatamente no séc. XXII. Temos aqui um novo cientista, o Dr. Kain, que trabalhava nas escavações do antigo laboratório do Dr. Light quando acha uma cápsula. Esta cápsula guarda o primeiro de uma nova geração de robôs, com sentimentos e vontades próprias. A mensagem deixada na cápsula dizia que ela não deveria ser aberta por pelo menos 30 anos até o fim da verificação. Por fim, a mensagem dizi que ativar X pode ter grandes riscos, porém grandes possibilidades”. Então, o Dr. Kain liberta X da cápsula e vê que ele não apresenta ameaça alguma. A partir de X, Dr. Kain começa a construir réplicas chamadas de reploids e por um tempo tudo fica em paz. Um dia os reploids começam a se voltar contra os humanos e decidem impor a supremacia reploid. Esses reploids traidores ficam conhecidos como Mavericks. Para combatê-los é criado o quartel general dos Maverick Hunters, que são liderados por Sigma. Este é o reploid mais perfeito criado por Dr. Kain, que ele considera a prova de falhas. Com a liderança de Sigma a guerra parecia esta perto do fim, pois este era o mais poderoso e inteligente dos Reploids. Um dia o maior pesadelo do Dr. Kain torna-se realidade, Sigma se torna um Maverick e um misterioso Reploid chamado Zero se uni aos MH. Zero e X passam a liderar os Maverick Hunters, tendo a dura missão de derrotar o poderoso Sigma.
Mega Man X conseguiu ser inovador em vários pontos, mas sem perder o velho charme que fez da série um sucesso na era 8 bits. Uma das mais conhecidas características de Mega Man é que o jogador pode escolher a ordem de fases a seguir, mas em Mega Man X a primeira fase funciona como uma introdução à história do game. Somente após completá-la o jogador pode fazer sua seleção de níveis. Outra característica clássica da série é que X ganha as arma dos chefes que derrota.
No decorrer do jogo X pode aumentar o seu poder e sua resistência. Em determinadas fases o jogador deve encontrar corações que aumentam a energia vital do robô, e outro que aumenta o contador de munição das armas. Há também o Tank E, que reserva a energia extra que pode ser usada a qualquer momento. As habilidades de X são melhoradas a partir das partes de sua armadura, coletadas em cápsulas que ficam escondidas nas fases. A armadura divide-se em três pedaços: as botas permitem X dar um Dash que o deixam mais rápido, essa habilidade também ajuda o robô a executar saltos mais longos. O capacete que permite quebrar algumas pedras com a cabeça e o peitoral que faz com que X perca menos energia quando atingido por inimigos muito poderosos. Procurar por essas melhorias é um tanto trabalhoso, mas é algo necessário. Enfrentar Sigma sem essas melhorias é quase que uma missão suicída. Um útil comando do game é o de se arrastar em paredes, bastando pressionar o comando contra a mesma. Essa tática ajuda X a se livrar de uma morte certa em um abismo, ou a alcançar pontos mais altos do cenário.
Mega Man X não tem exatamente a mesma dificuldade dos games da série clássica, mas ainda mantém a tradição de ser trabalhoso de terminar. A habilidade de escalar as paredes e de usar o Dash pode facilitar em determinados momentos. Porém, as fases estão repletas de armadilhas e inimigos que aparecem nas horas mais inoportunas. Os chefes, em sua maioria, são carrascos, usando padrões de ataque perigosos e imprevisíveis.
Os gráficos de Mega Man X estão excelentes, todos lembram muito um desenho animado. O novo Mega Man tem um desenho que realmente parece um robô. Ele continua sendo azul como o velho herói da série clássica. O modelo de Zero também é inspirado no Proto Man. Note que Proto Man também é vermelho, mas Zero não traz um lenço amarelo amarrado ao pescoço, em vez disso trás um longo cabelo louro. Velhos inimigos da série ganham um novo visual, como aqueles capacetes que lembram tartarugas, inimigos voadores com palhetas na cabeça. Os chefes têm desenhos perfeitos, com características próprias e bem boladas. Alguns robôs chegam a ser maiores que X. As fases estão excelentes, todas com cenários bem futuristas e repletos de cores fortes e efeitos que chegam a impressionar. Há tiros, explosões, efeitos wave que distorcem a tela e uma quantidade absurda de elementos em movimento na tela. Tá certo que por vezes esses efeitos afetem a taxa de quadros. Mas em geral, não costumam causar grandes danos.
Os efeitos sonoros são muito bons. O som dos tiros, das explosões dos monstrinhos e dos chefes, tudo com perfeita clareza e equalização. Há algo que fiquei feliz em perceber; na série clássica cada salto que Mega Man dava ao tocar no chão ouvíamos um sonzinho irritante que lembra um mini-game. Na série X a Capcom fez o favor de retirar tal efeito sonoro. A partir da série X a Capcom passou a dar um tratamento diferente para as composições. Na série clássica todas as músicas tinham aquele “quê” meio infantil. Aqui temos composições mais maduras e mais empolgantes. Com o chip de som do Super Nintendo as composições ganharam uma qualidade incrível. A música da tela de apresentação é bem marcante e da primeira fase também. E quem poderia esquecer aquela música que toca na apresentação do chefe no início de cada fase do primeiro Mega Man? Pois é, ela está de volta neste game.
A série X é tão boa que ganhou muitos games ao longo dos anos e teve uma série nova de jogos que é uma continuação direta da série X, a série nomeada de Mega Man Zero. Mega Man X é a estréia perfeita no Super Nintendo. Muitos games de sua geração já haviam surgido no console, e o lendário robozinho azul fez sua parte, estrelando um game de primeira.
Por André Fawkes
Colunista BeMyFrag